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Testes para Transtorno de aprendizagem

Atualizado: 27 de mar. de 2023


Transtornos de aprendizagem são considerados um tipo de transtorno de neurodesenvolvimento. Distúrbios do neurodesenvolvimento são condições neurológicas que aparecem cedo na infância, geralmente antes da idade escolar. Esses transtornos prejudicam o desenvolvimento do funcionamento pessoal, social, acadêmico e/ou ocupacional e normalmente envolvem dificuldades de aquisição, manutenção ou aplicação de habilidades ou conjuntos de informações específicas. Os transtornos podem envolver distúrbios de atenção, memória, percepção, linguagem, solução de problemas ou interação social.


Atualmente, a descrição dos transtornos da aprendizagem é encontrada em manuais internacionais de diagnóstico de doenças, como o CID-10 e o DSM-5. Ambos os manuais reconhecem a falta de exatidão do termo "transtorno", justificando seu emprego para evitar problemas ainda maiores, inerentes ao uso de expressões "doença" ou "enfermidade".


Transtornos de aprendizagem específicos afetam a capacidade de:

  • Compreender ou utilizar a linguagem falada;

  • Compreender ou usar a linguagem escrita;

  • Compreender e utilizar números e raciocínio usando conceitos matemáticos;

  • Coordenar os movimentos;

  • Focar a atenção em uma tarefa.

 

Causa


Os transtornos de aprendizagem podem ser congênitos ou adquiridos. Nenhuma causa única foi definida, mas supõe-se que déficits neurológicos estejam envolvidos, quer outras manifestações neurológicas estejam ou não presentes (além do transtorno de aprendizagem). As influências genéticas estão frequentemente envolvidas. Outras causas possíveis incluem:

  • Doenças maternas ou uso de drogas tóxicas durante a gestação;

  • Complicação durante a gestação ou no trabalho de parto;

  • Problemas neonatais.

 

Diagnóstico dos transtornos de aprendizagem


Crianças com transtornos de aprendizagem são identificáveis quando se reconhece uma discrepância entre o seu potencial e o desempenho acadêmico. Para determinar as deficiências nas habilidades e processos cognitivos, são necessárias avaliações cognitiva, educacional, médica e psicológica. Também são necessárias avaliações do comportamento social e emocional para planejar o tratamento e monitorar o progresso.


A avaliação cognitiva tipicamente inclui testes de inteligência verbal e não verbal e costuma ser feita por um psicólogo educacional. Os testes psicoeducacionais podem ser úteis na descrição da maneira, preferida pela criança, de processar informações (de modo holístico, ou analítico, visual ou auditivo). Avaliações neuropsicológicas são particularmente úteis para crianças com lesão cerebral ou doenças, para mapear as áreas cerebrais que correspondem a fragilidade e tensões funcionais específicas. Avaliações da fala e linguagem estabelecem a integridade da compreensão e uso da linguagem, processamento fonológico e memória verbal, e também podem avaliar a linguagem (social) pragmática.

Avaliação educacional e do desempenho pelas observações dos professores quanto ao comportamento na sala de aula e desempenho acadêmico é essencial. As avaliações medem as habilidades no reconhecimento, compreensão, fluência e decodificação da palavra. Amostras da escrita devem se obtidas para avaliar a ortografia, sintaxe e fluência de ideias. Habilidades matemáticas devem ser avaliadas em termos de computação, conhecimento das operações, compreensão dos conceitos e interpretação dos "problemas do mundo".

Avaliação médica inclui um detalhado história familiar e da criança, exame físico, neurológico e do desenvolvimento neural, para buscar-se a base do distúrbio. As anormalidades físicas e sinais neurológicos, embora infrequentes, podem indicar causas médicas tratáveis. Problemas de coordenação motora podem indicar deficits neurológicos ou retardo do desenvolvimento neural. Os níveis de desenvolvimento são avaliados de acordo com critérios padronizados.

Avaliação psicológica identifica transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH), distúrbios de conduta, ansiedade, depressão e reduzida autoestima, que estão frequentemente associados, e devem ser diferenciados das dificuldades de aprendizagem. Devem ser avaliados as atitudes na escola, a motivação, o relacionamento com os pares e a autoconfiança.


Avaliação da fala e linguagem identifica a presença ou não de alterações linguísticas e o conhecimento sobre o desempenho da linguagem falada, tanto em nível receptivo quanto expressivo, em suas diferentes habilidades. No campo linguagem os itens avaliados abarcam produção de sons, capacidade de reconhecê-los, uso e entendimento da linguagem, de acordo com a idade. De acordo com Paula Moura Buzzeti, a fala é uma forma de expressar a linguagem, mas a fala é definida como um processamento motor, ou seja, é a programação, no cérebro, dos movimentos articulatórios necessários para verbalizar a mensagem pretendida e a execução neuromuscular (o ato de falar propriamente dito).

 

Tratamento

  • Abordagem educacional;

  • Terapia médica, comportamental e psicológica;

  • Ocasionalmente, tratamento medicamentoso.

O tratamento dos transtornos de aprendizagem focaliza a conduta educacional, mas também pode envolver terapia médica, comportamental e psicológica. Os programas de ensino com uma abordagem estratégica compensam os fármacos (ensinar a criança como aprender). Uma má combinação de métodos educativos aplicados à criança com transtornos de aprendizagem agrava o problema.

 

Testes utilizados para a avaliação de transtorno de aprendizagem


1. Avaliação da compressão leitora de textos expositivos:

Este material apresenta textos expositivos, com tipos de organização diferenciados. Tem como objetivo auxiliar psicopedagogos e fonoaudiólogos na avaliação da compreensão leitora de alunos com queixa de dificuldade de aprendizagem e leitura.

Voltado para crianças e adultos com escolaridade a partir da 2ª série do fundamental.


2. Os três porquinhos:

Este livro oferece, aos educadores, uma forma de investigar de modo mais criterioso os déficits do sujeito e de elaborar, assim, um material que estimule o desenvolvimento do pensamento. São apresentados alguns exemplos para que o especialista possa iniciar um trabalho de aprendizagem. Para crianças a partir dos 3 anos.


3. CONFIAS:

Contribui para a prática na alfabetização e instrumentaliza profissionais de diferentes áreas tais como fonoaudiólogos, psicopedagogos, psicólogos e educadores, podendo também, subsidiar pesquisas acadêmicas na área da linguagem, da psicologia cognitiva e da educação. Para crianças a partir de 4 anos de idade.


4. Coruja Promat:

Seu objetivo é verificar se as competências numéricas básicas foram adquiridas e, em caso de defasagem na aquisição dessas competências, indicar a(s) área(s) de concentração das dificuldades. É um roteiro para a sondagem das habilidades matemáticas nos anos iniciais do ensino fundamental, do 1o ao 5o ano.


5. Dybuster Calcularis:

É um treinamento sistematizado e consecutivo, realizado por um período de 12 semanas, que aborda habilidades fundamentais, como: processamento de números, adição, subtração, multiplicação e divisão, proporcionando uma experiência de aprendizagem bem sucedida e mais eficiente.


6. EAVAP-EF:

Avalia as estratégias cognitivas e metacognitivas de aprendizagem relatadas e utilizadas por alunos do ensino fundamental. Pode ser empregada no diagnóstico psicoeducacional de crianças do ensino fundamental ou de pessoas do mesmo nível de escolaridade que demonstram dificuldades para estudar e aprender.


7. ETDAH-AD:

Auxiliar no processo diagnóstico do TDAH, com a possibilidade de distinguir a apresentação do transtorno, a intensidade e o nível de prejuízo existente (leve, moderado ou grave).


8. INELE:

O Programa INELE é uma ferramenta de intervenção/instrução não restrita, que pode ser aplicada em contexto escolar e clínico, por profissionais de saúde e educação, incluindo psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, médicos, psicopedagogos, professores, pesquisadores de diversas áreas das neurociências, educação e ciências da saúde. As famílias também podem beneficiar-se do programa aplicando-o em ambiente domiciliar, a fim de trabalhar e estimular os processos de leitura e escrita de seus filhos, para além do indicado pela escola.


9. PROLEC 3 ED:

É composto por diferentes tarefas que tratam de explorar todos os processos que interferem na leitura, dos mais periféricos aos mais centrais, bem como dos mais simples aos mais complexos. Por meio do PROLEC, é possível compreender as dificuldades de leitura, bem como ter auxílio na análise do diagnóstico dos transtornos de aprendizagem.


10. TDE II:

Tem por objetivo avaliar habilidades básicas de leitura, escrita e aritmética podendo ser utilizado não apenas como uma triagem universal do processo de aprendizagem desses três domínios do desempenho escolar, mas também como instrumento de avaliação ou como parte de uma bateria de instrumentos com fins diagnósticos e clínicos de planejamento e intervenções clínico-educacionais.

 

Referências


SULKES, Stephen B. "Visão geral dos transtornos de aprendizagem." Acessado em: 21 de setembro 2022. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-de-aprendizagem-e-desenvolvimento/vis%C3%A3o-geral-dos-transtornos-de-aprendizagem>


Buzzeti, Paula Moura. Paula Moura Fono. "Como o fonoaudiólogo avalia a fala e linguagem das crianças". Acessado em 21 de setembro de 2022. Disponível em: <https://www.paulamourafono.com/post/como-o-fonoaudiologo-avalia-a-fala-e-linguagem-das-criancas>



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