O estudo da personalidade na psicologia foi iniciado na década de 1930. Para Allport (1937), a personalidade define-se como uma “organização dinâmica, dentro do indivíduo, dos sistemas psicofísicos, que determina seu ajuste único ao ambiente”. É uma construção psicológica que faz referência ao conjunto de características de uma pessoa, o modo de pensar e agir. Esta organização é única em cada sujeito no seu processo de adaptação ao ambiente.
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE
Os transtornos de personalidade são padrões persistentes e generalizados no modo de pensar, perceber, reagir e se relacionar que causam sofrimento significativo à pessoa e/ou prejudicam sua capacidade funcional. Segundo o DSM V, eles são causados por um conjunto de fatores genéticos e ambientais (incluindo experiências de vida familiar e social).
Muitos desses transtornos se agravam à medida que a pessoa com alguma das condições de personalidade cresce e desencadeiam sintomas mais intensos e incontroláveis. Sendo assim, ela pode se tornar uma ameaça para si mesma ou para os outros. Por outro lado, alguns deles desaparecem com o passar dos anos.
Os dez transtornos de personalidade podem ser divididos em três grupos (A, B e C) de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), Quinta Edição ( DSM-5), publicado pela Associação Americana de Psiquiatria.
GRUPO A
Transtorno de personalidade paranoide: desconfiança e suspeita.
Transtorno de personalidade esquizoide: desinteresse em outras pessoas.
Transtorno de personalidade esquizotípico: ideias e comportamentos estranhos ou excêntricos.
GRUPO B
Transtorno de personalidade borderline: Vazio interno, medo de abandono em relacionamentos, relacionamentos instáveis, dificuldade de controlar as emoções e comportamento impulsivo.
Transtorno de personalidade narcisista: Necessidade de ser admirado, falta de empatia e uma opinião exagerada sobre o próprio valor (a denominada grandiosidade).
Transtorno de personalidade antissocial: irresponsabilidade social, desrespeito por outros, falsidade e manipulação dos outros para ganho pessoal.
Transtorno de personalidade histriônico: busca atenção e comportamento dramático.
GRUPO C
Transtorno de personalidade esquivo: evita contato interpessoal devido ao medo de rejeição.
Transtorno de personalidade dependente: submissão e dependência (devido à necessidade de ser cuidado).
Transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo: perfeccionismo, rigidez e obstinação.
Aproximadamente 10% das pessoas têm um transtorno de personalidade. Esses transtornos em geral afetam igualmente homens e mulheres, embora alguns tipos do transtorno de personalidade afetem mais um sexo do que o outro. Por exemplo, o transtorno de personalidade antissocial é seis vezes mais comum em homens.
TRATAMENTO
O tratamento dos transtornos de personalidade consiste em psicoterapia, que inclui psicoterapia individual e terapia em grupo.
Medicamentos podem ajudar a aliviar os sintomas do transtorno, como depressão e ansiedade, podem ajudar a controlar determinados traços de personalidade, como a agressão. No entanto, os medicamentos não conseguem curar um transtorno de personalidade.
Ainda que os tratamentos variem de acordo com o tipo de transtorno de personalidade, os tratamentos geralmente buscam:
Reduzir a angústia;
Ajudar a pessoa a entender que os seus problemas são internos (e não causados por outras pessoas ou situações);
Diminuir o comportamento mal adaptativo e socialmente indesejável;
Modificar os traços de personalidade que estão causando dificuldades.
REFERÊNCIAS
PHILLIPS, Katherine & STAIN, Dan. Considerações gerais sobre transtornos de personalidade. Manual MSD. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-de-sa%C3%BAde-mental/transtornos-de-personalidade/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-transtornos-de-personalidade> Acesso em: 15 de julho 2022.