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A psicologia inserida na readequação sexual


A transexualidade se define pela certeza que o sujeito expõe em ser alguém do sexo oposto ao seu sexo biológico, e por conta dessa certeza, busca modificar seu corpo por meio de várias técnicas, a exemplo da cirurgia de mudança de sexo e do uso de hormônios do sexo oposto (TEIXEIRA, 2007).


O código de ética do psicólogo auxilia na conduta de suas ações de maneira que priorize o bem-estar do ser humano acima de tudo, com base nos princípios do respeito, na promoção da liberdade, da dignidade, Igualdade e da integridade dos sujeitos (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2014). É através da Ética que há reflexão e compreensão das singularidades, sendo que ela faz um apelo à criatividade humana, à liberdade e à espontaneidade, sendo assim faz o profissional de psicologia ver o seu paciente como pessoa, um ser de relação com o mundo, um ser singular que está à procura de uma compreensão e busca nos profissionais de psicologia uma direção, ajuda e orientação para o seu autoconhecimento (CAMÕES; OLIVEIRA, 2002)


A psicologia enquanto ciência e profissão propõe o acompanhamento psicológico em diversos contextos, bem como em processo de transição de gênero. Tal atuação, o Conselho Federal de Psicologia se posiciona contribuindo ao Ministério do Trabalho explicando que o Psicólogo: Atua na área específica da saúde, colaborando para a compreensão dos processos intra e interpessoais, utilizando enfoque preventivo ou curativo, isoladamente ou em equipe multiprofissional em instituições formais e informais. Realiza pesquisa, diagnóstico, acompanhamento psicológico, e intervenção psicoterápica individual ou em grupo, através de diferentes abordagens.


É importante ressaltar que nem todos os transgêneros possuem condições médicas para submeter a cirurgia pela complexidade da mesma, além de aguardar por um longo período de espera no SUS devido ao número bastante limitado de centros disponíveis no país. Existe a possibilidade de realizar a cirurgia em hospitais particulares, mas é de custo financeiro bastante elevado e a maioria não possuem condições de custeá-la. (SAMPAIO e COELHO, 2012) Sampaio e Coelho (2012) em suas entrevistas, relatou que os transgêneros em entrevista disseram sobre a importância do acompanhamento psicológico para auxiliar na tomara de decisões ao se tratar da cirurgia de mudança de sexo e as mudanças no corpo, apontam também a necessidade do acompanhamento antes e principalmente depois da cirurgia.

[...] insuficiência de recursos financeiros, desvantagens de empregabilidade no mercado formal, crenças pessoais, incluindo a religião, pressões por parte dos familiares e cônjuge. Nessas ocasiões, o acompanhamento psicoterápico é uma estratégia de enfrentamento, como alívio para o sofrimento por permanecer em tal condição, ao menos até que estas questões possam ser equacionadas. (SAMPAIO e COELHO, 2012, p. 641) .


O Sistema Único de Saúde (SUS) já realiza operações dessa categoria, no entanto, segundo informações do Ministério da Saúde: Para a realização dos procedimentos transexualizadores pelo SUS, os candidatos necessitam se submeter à avaliação e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar por, no mínimo, dois anos. A Resolução do CFM n° 1.955/2010 autorizou as cirurgias de transgenitalização do tipo neocolpovulvoplastia e neofaloplastia, e/ou procedimentos complementares sobre gônadas e caracteres sexuais secundários, como tratamento dos casos de transexualidade, sendo que a neofaloplastia ainda possui caráter experimental, por apresentar algumas dificuldades técnicas (BRASIL, 2010, Apud SAMPAIO e COELHO, 2012, p. 641).

 

REFERÊNCIAS


CORDEIRO, Edivania DE LUIZ, George Moraes. ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO PARA PESSOAS EM PROCESSO DE TRANSIÇÃO DE GÊNERO. Acessado em 10/08/22. Disponível em https://www.repositoriodigital.univag.com.br/index.php/Psico/article/view/927.


NATIVIDADE, Marcelo Tavares. Mesa: Psicologia, laicidade e diversidade sexual. In: Conselho Federal de Psicologia. Psicologia e diversidade sexual: desafios para uma sociedade de direitos. Biblioteca Dante Moreira Leite, DF, 1ª edição, 2011.



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